Se há coisa que neste momento não me assiste é vontade de ser mãe. Simplesmente não me sinto preparada, não penso nisso. Tenho uma viagem planeada para daqui a 3 semanas, tenho trabalho q.b. até ao final desta semana, por isso, pensar em ser mãe não é coisa que passe pela minha cabeça já. Não sei que vontades terei daqui a um mês, um ano ou até daqui a 5. Apenas sei, que agora não.

Mas se por ventura num raio de loucura, passasse por mim esse pensamento, o de ter filhos agora, bastava observar atentamente o maior-da-minha-aldeia, para rapidamente perceber que ainda não está na hora.

Que todos os miúdos lhe caem aos pés, mesmo ele, fugindo deles, é bem verdade. Não há criança que não lhe resista. Não sei se pelo ar de indiferença e pela falta do cuchi-cuchi que ele insistentemente teima em não lhes dar, se pelo ar de galã que ostenta. A verdade é que um ou cinco minutos depois, lá estão elas conhecidas ou não conhecidas a fazer-lhe olhinhos, a meter conversa, a brincar com ele.

Ao que ele responde aos pais dos ditos cujos, charme natural, nada a fazer. Talvez seja, mas é charme de pouca dura. Mais de 3 horas seguidas com crianças e é vê-lo a fugir sem deixar rasto. Falta-lhe a paciência.

No passado fim-de-semana, junto das crianças da família, foi vê-lo brincar aos balões com os mais novos, brincar com carros destruindo-os, ensinou métodos pouco ortodoxos para ganhar jogos de tabuleiros, às crianças que ainda não sabem ler. Uma verdadeira festa animada para que assistisse de fora. Sempre com os miúdos a fazer-lhe sombra.

O alerta da hora da maternidade chegou-me depois do jantar. Quando a criança mais velha, de 10 anos, decidiu mostrar-lhe o talento natural (e a verdade seja dita, que é muito) em escrever poemas. Fez-lhe vários e diferentes, ao fim de cada poema ia correndo mostrar-lhe o resultado final. Esperando sempre uma palavra de elogio, um incentivo, um bravo, um de facto és fantástica. No entanto, nunca o obteve, apenas recebia um, só isso? Ou ah pronto então!

Portanto, o típico.

Mas, o que eu não esperaria era, vê-lo virar-se para a xoné de apenas 10 anos e, na avaliação de mais um dos seus poemas escrever-lhe isto: