Um mundo derretido ou fresco, inteiro ou as fatias suíço, francês ou até português. À entrada, como sobremesa ou até mesmo no prato principal. Neste mundo, come-se de tudo!
Um mundo derretido ou fresco, inteiro ou as fatias suíço, francês ou até português. À entrada, como sobremesa ou até mesmo no prato principal. Neste mundo, come-se de tudo!
Amanhã vou de manga curta, prometeram-me 30ºC e eu não espero outra coisa. E só não vou de sandalinhas porque tenho trabalho de campo o dia todo, caso contrario, bem que podiam apostar pois também levava a unhinha do pé à mostra. Chamam-lhe birra, chamam-lhe o que entenderam. Eu quero o sol e calor que me é de direito. E pronto. Tenho dito.
Este foi mais um fim-de-semana, em que decidi fazer a vontade ao mais-que-tudo e lá fomos ver a bola. A terrinha tinha um jogo importante e a companhia era boa, por isso, sempre me pareceram 90 minutos de conversa em dia, mais do que um favor ao rapaz, mas está claro, sem nunca lhe transparecer, até porque nunca se sabe quando precisarei que uma mão lave a outra.
Estava tudo agradável desde a noite, a lua, a conversa e mais que tudo às vistas. A que dizê-lo, o medico do Feirense, é um médico jeitosinho.
Tudo corria em linguagem futobolesca, ora insultos para a mãe do arbitro, ora insultos para os jogadores, ora insultos para as bailarinas que pairavam dentro de campo, o normal portanto. Até que os ânimos aqueceram. Num acumular de injustiças por parte do senhor arbitro, assim, entendiam os nossos meninos e vá, grande parte do estádio, que aclamava por nomes menos próprios ao arbitro e respectivos familiares, quando vindo do céu, ou simplesmente, de uma ou duas filas acima de mim, oiço o que para mim, é sem dúvida a ameaça mais terrível de todos os tempos. Entre palavrões e coisas como LADRÃO ou FILHO DA P#%&@ ou VAI ROUBAR P'RA A TUA TERRA a frase do campeonato: GATUNO, EU SEI ONDE MORAS, EU VI NO TEU FACEBOOK. Aqui está. Não bastava estarem a classifica-lo como foragido da lei, como insinuarem-se como povo culto e detentor de memoria suficiente para fixarem a morada do senhor arbitro, como ainda anunciarem a fonte da informação, o próprio do FACEBOOK. Tenho para mim, que depois de prestar declarações à PSP, pois certamente alguém deve ter apresentado queixa por roubo de penaltis e cartões vermelhos à outra equipa, o senhor arbitro, viu-se em mãos com uma data de visitantes em casa, vindos do estádio Marcolino de Castro, tudo porque publicou em tempos a sua morada.
É domingo, sim. É véspera de uma semana de trabalho, sim. É véspera de uma semana de trabalho sem feriados e férias pelo meio, sim. Está frio e tempo de chuva, sim.
Pois bem, não faz mal.
Amanhã é segunda-feira, sim. Será dia de acordar bem-disposta, sim. Será dia de tomar café, pôr mãos-a-obra e esperar que o bom tempo e os 30ºC prometidos para esta semana cheguem, sim. Será o dia 66+1, sim. Será dia de ir ao ginásio, sim. Mais um dia para trabalhar pela minha felicidade.
Hoje mais do que nos outros dias, ouve-se a banal frase:a minha mãe é a melhor do mundo. Isso porque claro, não conhecem a minha. Com os defeitos e feitios que tanto me tiram do sério, mas que sem os quais, não conseguiria viver, a minha mãe (assim, como o meu pai) são os polos que me ligam à terra, a razão sentida que me faz caminhar no sentido frente. São o meu EU.
A minha capital. Já tive a feliz oportunidade de conhecer meia dúzias de capitais espalhadas pelo mundo, ouvi e vi muita coisa gira sem dúvida, senti cheiros e sabores inesquecíveis, sim. Mas Lisboa, é Lisboa, tem uma cor, um som tão característico, tão bom, que mesmo sendo uma capital, não deixa de ser nossa, faz-me sentir em casa. Eu gosto. E gosto muito da minha capital. Adoro o bom tempo (e não me venham com as tretas de que lá também chove e faz frio e essas coisas esquisitas todas, saí esta manha do norte debaixo de um temporal e chego a mouraria e deparo-me com um tempo fantástico, meia dúzia de horas depois volto e sinto que aqui em cima nada mudou), gosto de ouvir o som do português, gosto do calor, do rio, das multidões, do transito infernal, das ruas largas e cheias de lojas, gosto da sensação de sexta-feira à tarde livre para as compras, gosto do pastel de Belém sem canela, gosto da ponte 25 de Abril, gosto do não precisar de usar casacos e camisolas de lã ao mesmo tempo, gosto da sensação livre-de-guarda-chuva, gosto do tempo de Lisboa, gosto de Lisboa.
Mas vou com estilo e de saltos altos... é muito sangue frio e de muito mau-gosto da minha parte, eu sei, mas hoje estou assim, sarcástica e não, não sou uma mal-amada nem de mal com o mundo, simplesmente acordei com um humor negro que dá dó e piorou quando ouvi a noticia da morte do realizador Fernando Lopes, porque pensei logo: mais um que não vai ao funeral do Manoel de Oliveira.
Os meus pêsames aos familiares e amigos do senhor. Não me atirem com pedras e paralelos, porque é bem provável que amanha esteja arrependida do que disse hoje.
