Um mundo derretido ou fresco, inteiro ou as fatias suíço, francês ou até português. À entrada, como sobremesa ou até mesmo no prato principal. Neste mundo, come-se de tudo!
Um mundo derretido ou fresco, inteiro ou as fatias suíço, francês ou até português. À entrada, como sobremesa ou até mesmo no prato principal. Neste mundo, come-se de tudo!
Vamos lá fazer um exercício de imaginação e supor que está uma daquelas tostas típicas de Julho. Já me estão a acompanhar? Agora imaginem que estão refastelados na toalha na vossa praia de sempre a fazer o nada. Já estão lá? Agora imaginem que estão deitados de forma confortável, a ler, a dormir, a ver as outras pessoas, ou o quer que seja, mas simplesmente confortáveis e a tostar, conseguem imaginar? Pois com a ajuda da rosinha hand made e made Portugal, eu consigo.
Ando desesperada à procura de soluções para combater o calor e não parecer descabelada (ainda mais do que o normal). Dei por mim à procura de tendências de apanhados. Hair Styling por ai? Obrigada.
Vamos lá pensar um bocadinho, sei que ainda é terça-feira e custa, mas vamos lá, é preciso fazer um esforço, às vezes.
Nós pobres portugueses teríamos sozinhos, conseguido despoletar a nossa economia da forma como está hoje (e que nem é boa)?
Pois bem, todos concordamos que não. Agora vamos a outro ponto. Quem nos ajudou? Quem?
Exatamente. Não foi Jesus, não foi o espírito santo, não foi o petróleo (que nem sabemos se existe ao largo do Algarve), não foi nenhum investidor riquíssimo que gosta de pastéis de Belém e cálices de vinho do porto, não foi. Então quem foi, quem?
Foram os chatos e irritantes turistas. Pumba! Vêm para cá provocar filas, comer nos nossos restaurantes habituais, aumentar e inflacionar os preços, congestionar o nosso velhinho Portela, mas ajudaram a nossa economia.
Calma, calma, nós também trabalhamos para isso, certamente alguns dos monhés que até simpatizam com pastéis de bacalhau e criaram cá empresas e assim também contribuíram. Mas o maior peso recaí para os carrascos dos turistas. Pois é. Custa mas temos de engolir.
Tem coisas más, claro que sim. Até nós temos e somos nós. Imaginem os outros. Mas se colocarmos na balança (não literalmente, porque já sabemos que existem por cá muitos americanos e isso poderá ser complicado), o que pesará mais? Ah pois é: os turistas.
Já sei, já sei, não sou lisboeta, não preciso dos transportes públicos para ir trabalhar todos os dias, não preciso de comer e comprar coisas em supermercados, não vou aos meus sítios de sempre sem filas intermináveis, não preciso de comprar casa em Lisboa (na verdade, tirando os investidores e mais 5 ou 6 pessoas, não estou a ver quem compre casa todos os dias, nem todos os meses, nem todos os anos, mas nevertheless!), mentira. Tive sim. Ah pois é, com esta não contavam. Durante um período muito curto ou longo (depende sempre da perspetiva e da minha garanto que foi muito longo) fui Lisboeta. Não precisei de alterar a minha morada no CC, mas fui de malas e bagagens, sem o kit de férias, não levei havaianas e as pez para turistar, levei antes os stilettos e os fatos, mas ainda assim, fui Lisboeta, sim. Já agora, conta para o CV? Humm!
Mas voltando ao meu mundo (e bom) habitual de trabalho no Porto, também sofro com o crescimento de turismo, sofro. E por isso é mau, é. Mas das coisas boas que nos proporcionou foi o crescimento de spots que só para nós não teriam certamente, sido criados. Em Lisboa conheci alguns dos quais já partilhei e outros como o que partilho agora. É pena, ainda que consiga compreender, o facto de em sítios giros ser atendida por pessoas que não sabem falar português, Oi? Mas vá, também para que um: Olá boa tarde! Quando posso ouvir um: What is going to be? Qu'est-ce que ce sera?
Não é mau, que não é, por breves instantes até nos sentimos turistas. E quero acreditar que apesar de aquele posto de trabalho não estar a ser ocupado por um cidadão português, antes está a ser ocupado por alguém que desconta para o nosso sistema (se estiver legal, claro), que compra alimentos, paga a estadia e outros tantos serviços em Portugal, portanto faz aquilo que se chama, economia circular. Mas eu não sou fundamentalista e sei que não existem mundos perfeitos.
E parece que o verão decidiu chegar (espero que para ficar). Cá por mim, estou a fazer de tudo para que ele se sinta bem e fique por um longo período de tempo. Boa semana, então!
Ah este tempo de praia magnifico! Que vontade que dá pegar na toalha, calçar o chinelo de dedo e rumar até ao areal mais próximo. Uiii que vontade! Entretanto fico-me pelo sofá onde estou deitada com a manta e o chocolate quente, qual dia de inverno qual quê. Enquanto desejo ter condições para alapar este meu rabo enorme no areal, vou deambulando pelos negócios portugueses arruinados por causa do senhor São Pedro.
Kit praia - Lona - Atenção, atenção é marca portuguesa!