A loucura dos Saldos!
Ir a uma loja por esta altura é o equivalente a fazer uma visita guiada à feira de Espinho (e eu que já não ponho os pés na feira à mais de duas decadas, garantidamente). Não existe coerência nos expositores e as mesas têm mais roupa em monte que o Evereste têm neve.
Eu sou assumidamente fã das compras online. Comecei e agora é um não-mais-parar. Para mal dos meus pecados, está claro.
Online temos todas as peças, todos os tamanhos, todos os pormenores, não temos pessoas, não temos confusões, não temos as meninas das lojas a perguntar: Precisa de alguma coisa? Tem inúmeras vantagens. Contudo têm uma única desvantagem. Se ainda não se conhece a peça, a sensação do toque e ver como fica no nosso corpo, a experiência fica-se pela imaginação. Mas pasmem-se. Nas compras online é possível trocar. Pelo que, entre ter de ir a uma loja procurar a peça que mais gostamos e experimentar e trazer ou comprar online experimentar e trocar, eu escolho a segunda. É bem verdade que a segunda têm um delay de alguns dias. Mas ainda assim, eu escolho-a e de bom grado.
Ontem como bom primeiro dia oficial de saldos (sem ser oficial, porque já não há destas coisas boas), eu gaja que sou, fui às compras. Já tinha namorado as peças que queria, sobretudo na Zara à muito tempo, tinha feito a minha seleção e ponderação, muitas delas já às tinha experimentado em loja, e logo na primeira hora, foi só abrir a aplicação no Ipad, selecionar, encher o carrinho e seguir com as compras até ao pagamento. Agora é esperar dois dias e ter as compras no conforto do lar. Maravilhas do mundo moderno. Sem confusões, chatices, suores e outras coisas más.
Ainda assim, por motivos de força maior, fui forçada no final do dia de ontem a entrar num centro comercial. Tinha um jantar em casa de uns amigos e precisava de algumas coisinhas. Pelo que depois de tratar de tudo, sobrou-me uns minutinhos e decidi aproveitar os mesmos sadicamente para visitar as lojas onde nessa mesma madrugada tinha ido fazer as minhas compras. Sendo que a primeira que visitei foi mesmo a Zara. Foi no marshopping, à partida um centro comercial mais calminho que os restantes da grande área metropolitana do Porto. E amigas, o que vi parece surreal. Até os ciganos da feira de espinho tinham as coisas mais bem organizadas. Por mim, passaram duas empregadas que carregavam mais roupa do que camião da Luís Simões acabado de sair do entreposto do Carregado. O olhar vermelho de sofrimento e cansaço. As pessoas (muitas espanholas) a discutir por um par de botins, camisolas e agarradas a vestidos tamanhos únicos. Fiquei-me pelo átrio da loja. Com os olhos contornei todos os recantos e garanto-vos, poderia ter passado lá duas horas há procura de uma das 4 peças que comprei e garantidamente não as ia encontrar. Mesmo não estando lá, seria mais fácil encontrar o Wally. Bendito sejais Saldos desta vida, mais mais bendito sejais, comércio online. E é tudo por agora.