Já toda a gente comentou tudo sobre a Web Summit?
Já? Agora posso eu falar (mesmo que seja só para mim mesma) sobre este evento? Ok. Mesmo que não queiram, eu vou falar.
Eu este ano fui. De segunda a quinta, passeie-me pelos 4 pavilhões e ainda pelo Pavilhão Atlântico, Meo, Altice Arena.
Se no primeiro dia, foi só a sessão de abertura, a aberração de um primeiro-ministro que precisa de papeizinhos para dizer, rigorosamente NA-DA, nada de interessante e digno de um anfitrião, valeu pelo Medina, gostei, aplaudi e senti um pouco de orgulho, quando olhei para ambos os lados e vi malta estrangeira. Disse para mim mesma, mas com um olhar bem visível – “Ah pois é, eu moro cá, nha-nha-nha-nha!”. Mas foi um bom cheirinho do que seriam os restantes 3 intensos e largos dias.
Na terça-feira, deixamos o hotel que ficava em Saldanha pelas 09:20 (só da minha empresa fomos uma comitiva de para aí 20 pessoas). Chegamos facilmente ao recinto (sim, não senti um transito infernal, para além do normal em Lisboa), e estacionamos em pleno coração do parque das Nações, na Rua do Mar Vermelho, rua dos nossos escritórios na capital, e às 10:00 já me passeava pelo primeiro pavilhão. Foi um primeiro dia para deambular e admirar. Foi tudo uma novidade, muitas luzes, muita gente, muitas culturas, muita informação, muitas coisas para ver e absorver. Tinha comigo a aplicação que no primeiro dia pouco me serviu, tamanho a minha desorientação. Andei de um lado para outro, fui-me cruzando com algumas pessoas conhecidas, vi várias empresas que me são familiares, vi empresas novas, vi e falei com algumas pessoas (umas interessantes outras nem por isso), almocei o que quis, porque se há coisa que não faltou foi variedade. Desde pratos típicos oriundo de vários pontos do mundo, aos veggan, free-gluten, os fastfoods e tantos outros, variedade era coisa para não faltar. Assisti a algumas sessões e assim passei o primeiro dia web Summit. No segundo, depois do primeiro impacto, planeei bem, selecionei as conferências às quais não quis faltar, conjugando com a localização e horário das mesmas, agendei reuniões e ainda deixei no meu calendário horas vagas para visitar os stands, conversar com as empresas e simplesmente deambular. No final do dia, fomos ao Sunset e depois seguimos para a night summit. Quando regressamos ao hotel, na minha aplicação marcava mais de 24km palmilhados.
Quando acordei já era quinta-feira e era o último dia da Web Summit. Foi tudo tão rápido e enriquecedor, que não queria acordar em tamanha experiência e riqueza pessoal. Fui ver a Sophia e Dr. Einstein, vi, a Sara Sampaio (uma verdadeira perda de tempo, muito gira a miúda, mas…), vi o casal piroso e geek das fotos em que aparece a mão dele e ela (tão geeks, meu deus!), vi o Al Gore, vi o (nosso) Guterres (amei), não podia perder a Suzy Menkes (que antítese de pessoa, mas gostei imenso), Elon Musk, Brad Parscale (adoro polémicas) e tantos, tantos outros.
Pontos a favor – Muita gente, muitas culturas, 170 países representados que vieram ver e conhecer ou revisitar Lisboa, as imensas taxa turística que pagamos todos aos Lisboetas, o muito consumo em produtos, alimentos, recuerdos e tantas outras coisas, o deslumbramento e encanto com o tempo, o cheiro, a cultura, a gastronomia e tudo o que foi possível absorver em 4 dias intensos que promovemos. A vontade que deixamos a quem nos visitou em repetir e certamente regressar (sem ser em trabalho). Muitos foram os negócios que foram fechados nestes 4 dias, muitos mais foram as reuniões agendadas e apalavradas entre empresas, que certamente sairão em negócios fechados (caso não me tenha explicado bem, o que eu quis mesmo dizer, é muito dinheirinho que será movimentado – o chamado mexer com a economia). Muito se falou de Portugal pelo mundo, foram 4 dias, onde em muitos países, apareceu pelos bons motivos a palavra Lisboa escrita em notícias e jornais. O reforço de segurança (afinal de contas, tínhamos mais 60 mil pessoas que em dias normais), o reforço da limpeza dos espaços (afinal de contas, tínhamos mais 60 mil pessoas que em dias normais), a organização e muito, muito mais.
Pontos negativos ou menos bons – Não terem reforçado as máquinas de tickets do metro, a greve da Uber, a falta de boa educação dos taxistas, o mau humor dos lisboetas que não foram à Web Summit, terem levado a night summit para LX factory ao invés do Bairro Alto mas principalmente, não me terem convidado para o jantar de encerramento. O Panteão tem boas vistas e dizem que se canta lá bom fado, quem sabe até se não assistia a uma noite de poesia.
Bem, agora que já aparvalhei o suficiente, resta-me torcer para que no próximo ano, seja novamente convidada pela minha empresa para ir à Web Summit, agora que já conheço o conceito, adoraria repetir mais não seja, só para ver o ar enfurecido dos lisboetas que não gostam que o evento se realize em Portugal, porque é uma chatice isto de promover o país e gerar economia.